Anualmente são realizadas nas redes da CEMIG cerca de 100.000 operações de fechamento de chaves fusíveis para recolocação em serviço de transformadores, seja por defeito interno no equipamento ou por problemas na rede. Na grande maioria dos casos, não é possível o eletricista identificar, apenas visualmente, o motivo da operação da proteção primária. Em função disso, para certificar as condições do equipamento, o procedimento adotado consiste em instalar na chave fusível operada um elo 1H, que é o de menor capacidade de corrente e fechar a chave. Este processo implica em pelo menos dois riscos graves: a possibilidade de explosão do transformador e a operação da chave, o que pode gerar a projeção de fragmentos do transformador ou elo fusível, implicando em riscos elevados para o eletricista.
Considerando que o número de transformadores substituídos por queima é de cerca de 5.600 peças por ano e que nesses casos é manobrada pelo menos uma chave por transformador, o número de manobras em que potencialmente pode ocorrer acidente corresponde a 5,6% do número total de operações, o que indica um elevado número de operações.
Pensando nisso, uma equipe do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia da UFMG, coordenada pelo professor Walmir Matos Caminhas, desenvolveu junto à CEMIG um equipamento para testes e diagnóstico básico de transformadores de distribuição para poste com proteção operada sem desconexão da rede de BT.
Os resultados obtidos mostram que o potencial de aplicação desse tipo de equipamento é grande tendo em vista a relação custo/benefício. Constatou-se, ainda, que não existe no mercado um equipamento como o que foi concebido, em termos de facilidade de utilização, capacidade de detecção, ou mesmo de versatilidade. Esse trabalho de pesquisa levou a CEMIG e a UFMG iniciarem junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial o pedido de registro de patente pelo ineditismo da idéia e pelo produto desenvolvido.
